sábado, 19 de junho de 2010

Consciência já!

"Quando a última árvore for cortada, quando o último rio for poluído, quando o último peixe for pescado, aí sim vocês verão que dinheiro não se compra ...''

Inquilinos




Ninguém é responsável pelo funcionamento do mundo. Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada, e em torno do Sol de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como num prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o síndico – e sem taxa de administração. Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se – coroando o mais delirante dos sonhos liberais – sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência.

É verdade que, mesmo sob o atual regime impessoal, o mundo apresenta falhas na distribuição dos seus benefícios, favorecendo alguns andares do prédio metafórico e martirizando outros, tudo devido ao que só pode ser chamado de incompetência administrativa. Mas a responsabilidade não é nossa. A infra-estrutura já estava pronta quando nós chegamos. Apesar de tentativas como a construção de grandes obras que afetam o clima e redistribuem as águas, há pouco que podemos fazer para alterar as regras do seu funcionamento.

Podemos, isto sim, é colaborar na manutenção da Terra. Todos os argumentos conservacionistas e ambientalistas teriam mais força se conseguissem nos convencer de que somos inquilinos no mundo. E que temos as mesmas obrigações de qualquer inquilino, inclusive a de prestar contas por cada arranhão no fim do contrato. A escatologia cristã deveria substituir o Salvador que virá pela segunda vez para nos julgar por um Proprietário que chegará para retomar seu imóvel. E o Juízo Final, por um cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.

– Cadê a floresta que estava aqui? – perguntaria o Proprietário. – Valia
uma fortuna.

E:

– Este rio não está como eu deixei…

E, depois de uma contagem minuciosa:

– Estão faltando cento e dezessete espécies.

A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias – monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos – para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.

– Para o que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.

– E a catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do
terreno em…

– Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings. Quero
o mundo como eu o entreguei.

Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade
de locadores. E do terror da indenização.

‘Ser vegetariano é respeitar e salvar o planeta que nos permite a vida’





Entrevista com a nutricionista chilena Nelba Villagrán

“É necessário que despertemos, que voltemos a respeitar o nosso planeta e a melhorar a produção. Ser vegetariano é ser ecológico e salvar o planeta que nos permite a vida”, afirma a nutricionista chilena Nelba Villagrán.

Nutricionista pela Universidade de Chile, Nelba Villagrán é, além de engenheira em alimentos, professora na Universidade Finis Térrea, presidenta do Colégio de Nutricionistas Universitários do Chile, especialista no manejo higiênico dos alimentos e presidenta do capítulo chileno da Associação Hispano-americana de Alimentação Natural, Ortomolecular e Anti-Envelhecimento.


Por que é vegetariana?

Sofri uma crise de uma doença auto-imune que se chama episclerite. Após vários diagnósticos que realmente não resolveram nada recorri a um médico naturalista, que me fez deixar de consumir carnes e assumir um tratamento de plantas medicinais. Já se passaram aproximadamente 18 anos. Além disso, tinha uma crise de asma nas primaveras, que solucionei deixando de consumir lácteos. Este tem sido um mundo totalmente contrário ao que se estuda nas áreas científicas de nutrição, mas existe e não podemos deixar de vê-lo. Felizmente, cada dia há mais pessoas que te escutam e isso já é uma grande vantagem.

Quais são os pilares da alimentação que você promove?

A alimentação deve ser integral, com alimentos que não tenham sido polidos, que estejam sendo consumidos da maneira como a natureza os criou, porque a natureza nos deu todos os elementos dentro de um grão completo de arroz, por exemplo, ou um grão completo de trigo. O segundo pilar é consumir a maior parte disto cru, o que for possível, como os vegetais e as frutas. Um alimento vivo é aquele que contém todas as enzimas e para isso tem que estar cru ou levemente cozido num refogado na [panela] wok ou levemente passado no calor sem que tenha perdido todas as suas enzimas, que são a fonte da vida. Por último, este alimento deve ser natural, produzido pela natureza e com o mínimo de processos realizados pelo homem. Estes três pilares oferecem ao ser humano todos os elementos nutritivos que a natureza nos deu.

Quais são os mitos de ser vegetariano?

O principal mito é que os vegetarianos não têm opções para proteínas de boa qualidade, assumindo que as pessoas comem alimentos puros ou monotonamente um único tipo de alimento e desconhecendo que o que comemos são misturas de alimentos, que o que comemos num dia se complementa durante o dia e que o que teríamos que somar são aquelas partículas ou aqueles componentes dos alimentos que vão fazer parte de novas estruturas do nosso corpo. Por exemplo, nós podemos conhecer proteínas que não contenham em si mesmos todos os aminoácidos essenciais, mas se na refeição seguinte ou durante o dia for comer outros alimentos, então vão me trazer um aporte complementar.

Antigamente se dizia que se eu não comer feijões com massas não poderia obter um complemento de lisina e de metionina, que eram deficitários em cada um deles, mas atualmente já se sabe que não é necessário que vão ao prato. Pode ser que durante o dia o complemente com outras verduras, com outros cereais, com outros grãos, mas também se descobriu que há grãos que contêm todos os aminoácidos essenciais, como por exemplo, a quinoa, o amaranto e outros alimentos que ainda não conhecemos e que no nosso caso, que somos países andinos, temos nas culturas andinas alimentos extraordinários, ricos em proteína.

O que a inspira a dar aulas de cozinha vegetariana tanto no Chile como no exterior?

A nutrição não é fabricada nos laboratórios de nutrição nem de bioquímica, mas no laboratório da cozinha de cada casa. Dava-me conta de que as ofertas que havia de cozinha vegetariana eram quase todas orientadas para a cozinha hindu, a cozinha oriental, que não é o que as pessoas comuns comem. E então, quando eu atendia uma família no consultório e esta me dizia “sim, mas como coloco isso em prática”, numa consulta curtinha, de uma hora, pode-se indicar às pessoas todas estas soluções caseiras. Me ocorreu fazer um curso que incorporasse o fundamento científico no elemento gastronômico, e creio que a solução para a orientação nutricional das pessoas passa por uma união entre os profissionais da nutrição e os profissionais da cozinha.

Qual foi a recepção das pessoas que participaram destes cursos?

Muito boa. Por exemplo, o fato de ensinar às pessoas a obter um leite vegetal a partir de amêndoas, a partir do gergelim ou da soja, é algo que acham interessante e que se dão conta de que podem usá-lo como ferramenta.

A alimentação chilena

O que acha da estrutura alimentar dos chilenos? Quais os aspectos que poderiam ser melhorados?

Dizem as autoridades que a população chilena está se alimentando muito melhor porque tem acesso e consome alimentos de maior valor nutritivo em grandes quantidades, equivalente aos países desenvolvidos, vale dizer, carnes. E eu me pergunto: se todos os sinais que os fóruns internacionais de nutrição – que relacionam o alto consumo de carne com a obesidade, com as doenças crônicas degenerativas, com a diabete, com a hipertensão arterial – estão dando, então estamos em trilhos diferentes, estamos transmitindo em sintonias absolutamente divergentes.

Há pessoas que estão comendo meio quilo diário de carne e essas pessoas estão tendo doenças crônicas que nunca vão relacionar com o que comem. Desde o Mal de Alzheimer, a artrite, a artrose e uma série de outras patologias que estão associadas a dietas com altíssimos consumos de alimentos protéicos. O consumo de legumes como feijão, grão-de-bico, lentilha, é irrelevante e são os grãos que são ricos em proteínas e não só isso, mas também elementos de hidrato de carbono saudáveis e alguns fotoquímicos que já são reconhecidos como terapêuticos.

Bom e para que falar dos consumos de vegetais como hortaliças verdes, vermelhas, roxas, alimentos de todos os tipos de cores. A cor, por exemplo, vermelha, dos tomates, está relacionada com o licopeno. O licopeno é um fotoquímico já comprovado que é um preventivo do câncer de próstata. Há algumas cores, como o roxo dos arandos ou de algumas berries, que estão relacionadas também com poderosos antioxidantes antienvelhecimento.

A nutrição, na realidade, é o futuro da saúde e tomara que mais pessoas participem conosco neste conhecimento, porque teríamos menos farmácias. Atualmente, no Chile, há quase uma farmácia em cada quadra. Isso nos indica que a população está cada dia mais doente.

Respeitar o planeta

O que nos recomenda diante dos atuais problemas da mudança climática que estamos vivendo?

A medicina ayurvédica, que é a medicina da vida, diz que o ser humano faz parte do cosmos. Também os chineses relacionam o ser humano não apenas com o planeta, mas também com o universo. E a ciência descobriu que cada átomo que forma o nosso corpo, é cada átomo que forma o planeta e cada átomo que forma também os demais planetas e o universo inteiro. Cada movimento que se faz em alguma parte deste planeta, afeta a vida.

Dados da FAO indicam que 70% da floresta amazônica se converteu em pastos ou em produção de alimentos para animais. 80% da área agrícola nos Estados Unidos é destinada à criação de animais e apenas 7% à produção de alimentos humanos. Acontece que nessa mesma área, por cada quilo de carne produzida, podem ser produzidos 160 quilos de batatinhas ou 200 quilos de tomate. Mais de 70% dos cereais produzidos em países desenvolvidos são destinados à alimentação de animais com a finalidade de produzir carne.

O que produz saúde é a produção de vegetais, mas 80% da produção de soja e 50% da produção de milho é utilizada para alimentar animais ou inclusive como etanol. Estamos utilizando diesel de milho. Para produzir menos de um quilo de frango se requer de 3.000 litros de água que não vão produzir hortaliças. Entretanto, para produzir esta mesma quantidade de alface, necessita-se apenas de 23 galões de água.

É necessário que despertemos, que voltemos a respeitar o nosso planeta e a melhorar a produção. Ser vegetariano é ser ecológico e salvar o planeta que nos permite a vida.

A entrevista está publicada no jornal chileno El Ciudadano, 16-04-2010. A tradução é do Cepat.

Desastre ambiental no Golfo do México: Especialista recomenda abate dos pássaros cobertos de petróleo





Uma bióloga alemã afirma que as tentativas de limpar pássaros cobertos de petróleo no Golfo do México são em vão. Para o bem dos pássaros, seria mais rápido e menos doloroso se os indivíduos que fazem o resgate dos animais os matassem, diz ela. Estudos feitos sobre o assunto e outros especialistas apoiam a opinião dela.

“Matem, não limpem”, é a recomendação de uma bióloga alemã, que nesta semana disse que os esforços maciços para limpar pássaros cobertos de petróleo no Golfo do México não contribuirão muito para impedir que as criaturas sofram uma morte dolorosa e quase certa.

Apesar do sucesso de curto prazo da operação de limpeza das aves e da libertação delas na natureza, poucas, ou nenhuma, têm chances de sobreviver, afirma Silvia Gaus, uma bióloga do Parque Nacional Wattenmeer, localizado no Mar do Norte, no Estado alemão de Schleswig-Holstein. Reportagem de Der Spiegel.

“Segundo estudos sérios, o índice de sobrevivência de médio prazo dos pássaros cobertos de petróleo é de menos de 1%”, afirma Gaus. “Portanto, nós nos opomos à limpeza dessas aves”.

O vazamento – que continua lançando mais de 755 mil litros de petróleo por dia no Golfo do México – foi provocado por uma explosão, no dia 20 de abril, em uma plataforma de petróleo operada empresa BP, a 80 quilômetros da costa do Estado de Luisiana.

No rumo seguido pela mancha de petróleo encontram-se várias áreas protegidas para a vida selvagem, incluindo uma zona de reprodução vital para os pelicanos marrons, que só foram removidos da lista do Programa de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos no ano passado. O Refúgio Nacional Brenton da Vida Selvagem, na Luisiana, abriga 34 mil pássaros. Até o momento, a grande mancha de óleo ainda não fez um contato significativo com a costa, o que tem limitado a quantidade de pássaros afetados, mas os observadores temem que seja apenas uma questão de tempo para que as praias ao longo da Costa do Golfo do México tornem-se negras devido ao petróleo.

Os pássaros acabarão morrendo devido a causas de longo prazo

A captura e a limpeza de aves sujas de petróleo muitas vezes provoca uma quantidade de estresse que é fatal para os pássaros, explica Gaus. Além do mais, forçar as aves a ingerir soluções de carvão – ou Pepto Bismol, como os trabalhadores de resgate de animais estão fazendo ao longo da costa do Golfo do México –, na tentativa de prevenir os efeitos venenosos do petróleo, é uma medida ineficaz, afirma Gaus. Segundo ela, as aves acabarão morrendo de qualquer forma devido a danos nos rins e no fígado.

Gaus fala com a autoridade de quem possui 20 anos de experiência, e ela trabalhou na limpeza ambiental do vazamento do Pallas – um navio de carga que transportava madeira e que derramou 90 toneladas de óleo no Mar do Norte, após encalhar em outubro de 1998. Cerca de 13 mil pássaros se afogaram, morreram de frio ou de estresse como resultado do vazamento do Pallas.

Assim que fica coberto de petróleo, o pássaro usa o bico e a língua para remover a substância tóxica das suas penas. Apesar do gosto e do cheiro terríveis do petróleo, o pássaro mesmo assim tenta limpar-se porque ele é incapaz de sobreviver sem as penas secas e fofas que repelem a água e regulam a temperatura do seu corpo. “O instinto da ave de limpar-se é maior do que o seu instinto de caçar e, enquanto as suas penas estiverem sujas de petróleo, ela não irá se alimentar”, diz Gaus.

“Rápido e indolor”

Mas é o instinto dos biólogos, que frequentemente sentem-se compelidos a salvar as aves por obrigação e devido a razões éticas, que acaba levando os pássaros a uma morte pior, dizem alguns especialistas. Seria melhor deixar que os pássaros morressem em paz, afirma Gaus, ou matá-los de forma “rápida e indolor”.

Até mesmo preservacionistas ferrenhos do World Wildlife Fund for Nature (WWF) concordam com Gaus. Quando houve o vazamento de óleo do navio Prestige, em 2002, ao largo da costa da Espanha, um porta-voz da organização declarou: “Os pássaros, aqueles que ficaram cobertos de petróleo e ainda podem ser capturados, não podem mais ser ajudados. Portanto o World Wildlife Fund reluta bastante em recomendar a limpeza dessas aves”.

O vazamento do Prestige matou 250 mil pássaros. Dos milhares que foram limpos, a maioria morreu dentro de alguns dias, e apenas 600 sobreviveram e puderam ser libertados. Segundo um estudo britânico daquele vazamento, o tempo médio de vida de um pássaro que é limpo e libertado é de apenas sete dias.

Economista passa 18 meses vivendo sem dinheiro e diz que nunca foi tão feliz



Um economista britânico que passou os últimos 18 meses vivendo sem dinheiro está lançando um livro em junho contando a sua experiência (The Moneyless Man, ou O Homem Sem Dinheiro, em tradução livre) e diz que nunca foi tão feliz ou tão saudável.

Mark Boyle começou seu experimento em novembro de 2008, aos 29 anos, com o objetivo de chamar a atenção para o excesso de consumo e desperdício na sociedade ocidental.

Na ocasião, ele se mudou para um trailer que ganhou de graça no site de trocas britânico Freecycle e passou a trabalhar três dias por semana em uma fazenda local em troca de um lugar para estacionar o trailer e um pedaço de terra para plantio de subsistência.

Dezoito meses depois ele afirma que não pensa em voltar a usar dinheiro e que, com o que ganhar com a venda do livro, pretende comprar um pedaço de terra para montar uma comunidade em que outras pessoas que queiram viver sem dinheiro, como ele, possam morar.

"Foi o ano mais feliz da minha vida", disse Boyle, 12 meses depois de começar a experiência, "e não vejo nenhum motivo para voltar a um mundo orientado pelo dinheiro".

"Foi libertador. Há desafios, mas não tenho o estresse de uma conta bancária, contas, engarrafamentos e longas horas em um trabalho do qual que não gosto."

A parte mais difícil, conta ele, foi manter uma vida social sem dinheiro, mas ainda assim ele classifica o ano como tendo sido "fantástico".

Boyle continua a viver no trailer em Timsbury, no sudoeste da Inglaterra, onde cozinha em um fogão de lata movido a lenha e colhe comida nas florestas, além de plantar alguns legumes para seu próprio consumo.

Ele também construiu um banheiro séptico - uma fossa - do lado de fora do trailer, onde um biombo de madeira garante sua privacidade.

Para garantir a eletricidade, Boyle usa painéis solares. Ele também usa um chuveiro solar - um saco de água coberto de preto, que esquenta sob o sol.

Boyle tem acesso à internet de banda larga em troca de serviços em uma fazenda próxima, e criou o site Just For The Love of It ("Só por amor", em tradução livre), onde promove a troca de serviços e empréstimo de objetos e ferramentas entre seus membros, pela simples "bondade".

Sua ideia é que as pessoas passem a confiar mais umas nas outras e comecem a se ajudar e trocar favores.

Ao começar a experiência, Boyle disse acreditar que "a falta de relação que temos do que consumimos é a primeira causa da cultura de desperdício que vivemos hoje".

"Se tivéssemos que plantar nossa própria comida, não desperdiçaríamos um terço dela."

Sua mensagem, diz ele, é: "consuma um pouco menos".

"Não espero que ninguém vá ao extremo do que fiz neste ano, mas temos questões como o ponto sem retorno das mudanças climáticas chegando, e acredito que temos que levar essas coisas a sério."

"Então, use menos recursos, use menos dinheiro e um pouco mais de comunidade. Essa, provavelmente, a mensagem que eu daria."

Produtos livres de agrotóxico e certificados




A certificação socioambiental, que atesta os valores vinculados às diferentes etapas do processo produtivo, desde o manejo dos recursos naturais até a segurança do trabalhador, está atraindo a atenção dos consumidores.
A certificação é, para muitos, a garantia de origem. Em um mundo globalizado, em que nem sempre é possível optar pelos alimentos locais, a rastreabilidade torna-se o elo entre produtores e consumidores.

Casal de brasileiros vence prêmio ambiental da National Geographic

O casal brasileiro Vitor Becker e Clemira Souza venceu a edição 2010 do Prêmio National Geographic Society/Buffet em Liderança em Conservação na América Latina.

O prêmio, criado com uma doação da Fundação Howard G. Buffet, é um reconhecimento a pessoas que contribuíram para a difusão e prática do conservacionismo em seus países.

Becker é entomologista de formação, com doutorado pelo Imperial College, em Londres (Reino Unido). Ele trabalhou na divisão de pesquisa do Ministério da Agricultura de 1974 até se aposentar em 1998. Clemira é professora, com mestrado em educação.

Em 1998, o casal vendeu sua casa em Brasília e começou a comprar terras em Serra Bonita, no município de Camacan (BA). Eles criaram nos 1,200 hectares adquiridos uma reserva florestal, batizada de Reserva Serra Bonita.

A reserva possui um centro de pesquisa e um alojamento para acomodar cientistas e amantes da natureza. Desde 2003, o casal tem vivido na reserva, dedicando-se a seu gerenciamento em período integral.

O prêmio, de US$ 25 mil, será entregue amanhã na National Geographic Society, em Washington (EUA).

Fonte: Folha SP